Caro Paulo:
Agradeço-te do fundo do coração toda a preocupação que fizeste o favor de manifestar neste período em que os vírus tomaram conta da minha vontade e me inibiram de estar contigo neste nosso convívio internetiano. Recuperado desta batalha bacteriana, volto a partilhar contigo algumas reflexões sobre aquilo que vou lendo na mesa do café situado quase à porta de casa.
Voltando um pouco atrás, começo por te dizer que gostei da edição verde da revista "Visão", em especial, um artigo onde são analisados os efeitos das alterações climatéricas no nosso país. Curioso verificar que quem "beneficia" com o aumento das temperaturas é o todo o Norte do país, região que tem vindo a ser menosprezada pelo poder centralista. Isto é, anda-se a fazer investimentos que correm o risco de não servir para nada. O Norte que ficará com a riqueza do país, lá para 2080, será uma zona terceiro-mundista nessa altura. Uma análise curiosa esta.
Estava eu satisfeito, porque o "Jornal de Notícias" vinha, nestes últimos meses, a contrariar o meu péssimo quando me deparo com a edição de hoje. Se as páginas dedicadas ao Theatro Circo são merecidas e de uma qualidade insuspeita, e que deveriam forrar as paredes dos iluminados editores, se os trabalhos sobre o PIDDAC estão genericamente bem feitos, se os balanços de meio de mandato dos autarcas estão bem conseguidos, a excepção é mesmo o de Braga com uma escrita no mínimo bizarra e irreal (sou contra o uso de dejá-vú como Mesquitismo, Roma Lusitana e afins), hoje a pintura é borrada com uma reportagem sobre mecânicos injustiçados (será que no resto do país não é igual?), uma noticia sobre o desmantelamento do Banco de Portugal em Vila Real (serve para quê) e uma outra sobre a visita do ministro da Economia (se era para vir dizer que é preciso internacionalizar mais valia ficar pelo futuro deserto). Enfim.
O Correio do Minho continua no seu melhor, sobretudo, nas páginas do desporto, autênticos feudos de mau-jornalismo e de jornalismo de mau-gosto. Estou com saudades, caro Paulo, de uns escritos de um senhor dessa secção que usando palavras caras fazia uma literatura de retrete esquecido que foi o puxar do autociclismo. Desculpa a minha acidez mas ainda tenho no corpo resquícios do ataque das bactérias.
O Diário do Minho, que precisa de uma reforma gráfica já, anda mais certinho. Para já, os lunáticos do costume devem andar a tomar os comprimidos. Bem quase todos. Hoje, há um que diz bem de um jornalista da TVI porque acaba os jornais a dizer "Até amanhã, se Deus quiser".
Caro Paulo, até amanhã...
terça-feira, 6 de novembro de 2007
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